sexta-feira, 14 de setembro de 2007

1960 - 1970

As décadas de 60 e 70 são profundamente marcadas por uma alteração radical das normas de comportamento vigentes até então, alteração esta levada a cabo essencialmente pela camada jovem da população.
Em 1961 é finalmente autorizada a publicação do livro proibido de Henry Miller Trópico de Câncer, 27 anos depois de ter sido editado semiclandestinamente em Paris. Henry Miller e a sua obra influenciaram a visão da sexualidade contemporânea, enaltecendo os valores do erotismo, até à data mantido escondido dos olhos e das mentes humanas. Fazendo jus à invasão da corrente estruturalista nas ciências sociais, As Palavras e as Coisas, de Michel Foucault, não pretende ser uma história das ciências humanas, mas antes um olhar sobre os mecanismos que subjazem à cultura ocidental, analisando a instauração e destruição da representação da realidade desde o Renascimento até à época contemporânea. 
Em 1966, e para celebrar a Revolução Cultural chinesa, é editado em Pequim o livro Citações do Presidente Mao Zedong, onde é exposto o essencial da doutrina marxista-leninista e a sua aplicação ao contexto chinês. 
É no ano de 1968 que Timothy Leary, psicólogo e professor em Harvard, a partir das suas experiências com LSD, edita A Política do Êxtase, livro que viria a ter uma enorme aceitação e influência junto das camadas mais jovens adeptas do movimento hippie. No mesmo ano, John Updike e o seu Casais permite uma viagem aos bastidores da América permissiva que, nos anos 60, clama pelo quebrar da moral sexual, estimulando o adultério e a vivência de novas experiências eróticas. A partir da análise de cartas, relatos ou memórias de mais de 200 pessoas e da sua própria experiência num campo de trabalho siberiano, Aleksandr Soljenitsin relata-nos no livro Arquipélago de Gulag as atrocidades cometidas contra os opositores do regime soviético, dando a conhecer ao mundo a tremenda repressão a que estes estavam submetidos, repressão essa cuidadosamente escondida do exterior. 
Constituindo um verdadeiro sucesso literário, o romance O Nome da Rosa, de Umberto Eco, é publicado em 1980, marcando a estreia do semiólogo e ensaísta na área da ficção. Confrontando o racional e o irracional, a história passa-se num convento do século xiv, onde são cometidos vários assassinatos, juntando o romance policial ao histórico e obrigando a uma reflexão sobre a sempre enigmática época medieval.

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